Vigilância reforça cuidados de prevenção ao escorpião amarelo
O Tityus serrulatus tem pernas e cauda amarelo-claras, tronco escuro e comprimento de até sete centímetros
A Secretaria da Saúde (SES), por meio do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), reforça o alerta sobre a presença do escorpião amarelo. O animal não é nativo do Rio Grande do Sul, mas é visualizado no estado desde 2001. A frequência aumentou este ano, sendo que sete cidades registram sua presença. Por ser uma espécie peçonhenta, a SES tem estoque de soro para o tratamento em todas as regiões do RS.
O primeiro registro de acidente com o escorpião amarelo (Tityus serrulatus) ocorreu em 2001, em Porto Alegre. A partir de 2005, o artrópode voltou a ser visualizado na capital, assim como em Estância Velha e Uruguaiana. Em 2015, o Cevs implantou o Programa Estadual para Controle e Manejo dos Escorpiões. Depois disso, o escorpião foi identificado, entre 2016 e 2017, em Nova Bassano, Canoas e São Sebastião do Caí. Neste ano, aumentou o número de cidades onde ele foi encontrado. Além de Porto Alegre e Canoas, as ocorrências aconteceram em Três de Maio, Encruzilhada do Sul, Santa Vitória do Palmar, Arroio Grande, Sapucaia do Sul e Gravataí.
Acidentes e soros
A picada de escorpião, na maioria das vezes, causa poucos sintomas, como vermelhidão, inchaço e dor no local afetado que dura de algumas horas até dois dias. Entretanto, alguns casos podem ser mais graves, causando sintomas generalizados, como enjoo, vômito, dor de cabeça, tontura, espasmo muscular e queda da pressão, suor, palidez, sonolência ou agitação. Em casos muito raros, a picada de escorpião pode causar arritmias e parada cardíaca, havendo risco de morte.
Neste ano, já foram notificados 10 acidentes com o escorpião amarelo em Arroio Grande, Canoas, Cerro Largo, Constantina, Horizontina, Mariana Pimentel, Novo Hamburgo, Pelotas, Porto Alegre e Santa Vitória do Palmar. Em 2017, foram 17 registros.
A Vigilância em Saúde distribui o soro nas 19 Coordenadorias Regionais de Saúde. São escolhidos hospitais de referência, para onde o paciente é encaminhado ou de onde o soro é enviado ao município de ocorrência, dependendo da situação. Também é enviado um quantitativo para as cidades onde é registrado um acidente ou que se identifique a presença do animal.
A maioria dos acidentes não necessita o uso do soro, que é indicado após avaliação médica. Dos 27 casos notificados entre 2017 e 2018, em apenas seis deles (ou 22%) o soro foi necessário. Quatro foram em crianças, que são mais vulneráveis a complicações, assim como idosos. Não houve óbitos.
Primeiros socorros
Em caso de picada de escorpião, os primeiros socorros são:
– Lavar o local da picada com água e sabão;
– Manter o local da picada voltado para cima;
– Não cortar, furar ou apertar o local da picada;
– Beber bastante água;
– Dirigir-se, imediatamente, ao serviço de saúde mais próximo.
Para assistência a esses casos, o Centro de Informação Toxicológica do Rio Grande do Sul (CIT) pode ser acionado tanto por profissionais de saúde que necessitam de orientação sobre sintomas, exames e tratamento, quanto pela população leiga para mais informações. O CIT atende 24 horas pelo telefone 0800 721 3000.
Medidas de controle/prevenção
Os escorpiões têm hábitos noturnos, permanecendo escondidos durante o dia em locais úmidos e escuros. A principal medida para evitar a presença do animal é a limpeza periódica de terrenos, evitando o acúmulo de lixo e materiais de construção, pois esses são locais que podem atrair insetos, como baratas, que são sua principal fonte de alimento.
Os escorpiões também podem entrar em residências pelas redes de esgoto. Assim, é orientada a vedação de ralos e caixas de gordura. Inseticidas ou outros venenos não têm eficácia comprovada contra a espécie. Também é preciso atenção antes de vestir-se ou calçar tênis ou sapato, pois o escorpião pode ficar escondido em calçados.
Características
O escorpião amarelo tem por característica pernas e cauda amarelo-claras e o tronco escuro. Tem comprimento de até 7 centímetros. O veneno é injetado por um ferrão na ponta da cauda. Sua reprodução pode ser por partenogenética, ou seja, a fêmea não precisa do macho para a fecundação, podendo gerar até 20 filhotes por vez. A distribuição geográfica do animal era restrita a Minas Gerais há pouco mais de uma década, contudo, hoje está presente na maioria das regiões do país.
Texto: Ascom SES
Edição: Sílvia Lago/Secom