Um olhar para a Inclusão Social e Acessibilidade
A conscientização para as necessidades das pessoas com deficiências foi foco do 4° Fórum Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, realizado no último dia 3 de dezembro, quinta-feira, pela Secretaria Municipal de Assistência Social e Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência.
O evento foi realizado no sala de eventos do Centro de Referência em Assistência Social – CRAS e contou com a presença de cerca de 60 pessoas, entre autoridades, pessoas com deficiência, servidores públicos e comunidade em geral.
Com o tema “Inclusão Social e Acessibilidade: o que eu tenho a ver com isso?”, o Fórum marcou as comemorações do Dia Internacional das Pessoas com Deficiência e teve o objetivo de despertar nos participantes a importância das ações coletivas na garantia dos direitos e da dignidade dessas pessoas.
A prefeita Teodora Lütkemeyer, durante a abertura, enfatizou a importância das políticas públicas e da implementação de leis que visam ampliar o nível de atuação dos órgãos relacionados. “Acredito que a criação da Sala dos Conselhos em 2015 foi uma dos grandes realizações do ano, pois tem promovido a integração de todos os Conselhos Municipais em um espaço, favorecendo a ação da Administração Municipal por meio das políticas públicas”, ressalta. Teodora citou ainda a Lei do Passeio Seguro, uma conquista vigente desde o final de 2014. “O passeio seguro tem sido importante na promoção da acessibilidade e alguns resultados já podem ser vistos pela cidade”, afirma.
Já a palestrante convidada, professora Eli Terezinha Xavier Donatti, atuante durante os últimos 20 anos na educação inclusiva, abordou uma série de conceitos que evidencia uma trajetória de conquistas no campo dos direitos das pessoas com deficiência. “Tenho certeza que o estudo, o planejamento, as redes de apoio e os investimentos são os quatro pilares que fomentam toda a evolução que tenho vivenciado ao longo da minha caminhada como estudante e educadora”, diz.
Eli Donatti também instigou o público ao fazer o seguinte questionamento: “inclusão social e acessibilidade, o que eu estou fazendo por isso?”. Segundo ela, mesmo com todos os avanços em políticas públicas, estudos e tecnologias ainda existe preconceito e, com isso, desrespeito aos direitos das pessoas. “As pessoas ainda falam na luta pelos direitos, mas se é direito, é inaceitável que necessitemos lutar pelo que já é nosso”, comenta.
Para a Secretária Municipal de Assistência Social, Clereci Schenkel, a defesa dos direitos sociais não é uma tarefa fácil, apesar dos avanços. “Hoje temos leis que existem para serem cumpridas e que garantem a dignidade de todas as pessoas, mas para isso, infelizmente, temos que vencer inúmeros desafios diários, como por exemplo, manter atualizado o cadastro e o currículo das pessoas com deficiência que estão em busca de colocação profissional, incentivar as empresas na busca por alguém com deficiência para ocupar uma vaga de trabalho, promover atividades que visem o crescimento pessoal dessas pessoas, enfim, ser o órgão de apoio e prestar a devida assistência”, revela.
No mesmo sentido, o presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência – CMPD, Ricardo Schwingel, acredita que a conscientização deve ser o ponto de partida para as ações em defesa dos direitos dos deficientes. “De fato, hoje temos uma série de leis que garantem a dignidade e a autonomia das pessoas com deficiência. Por outro lado sabemos que essas mesmas leis de acessibilidade e inclusão orientam somente aqueles que já são conscientes. Em outros casos, elas obrigam aqueles que ainda são relutantes e punem aqueles que não fazem a mínima questão de cumpri-las”, salienta.
Credito: Ricardo Schwingel