Ação emergencial combate a dengue no cemitério
As constantes chuvas têm dificultado o trabalho de combate ao mosquito Aedes aegypti. Água acumulada pode ser encontrada em qualquer espaço, especialmente porque o sol aparece poucas vezes e não dá tempo de evaporar poças e pequenos depósitos acumulados em vasos, no meio ambiente e em recipientes que ficam expostos no tempo.
Na manhã de quarta-feira (30), o Cemitério Católico e o Cemitério Evangélico de Não-Me-Toque receberam uma ação emergencial, porque no dia anterior uma visitante encontrou larvas em um vaso de flor sobre um túmulo.
– Percebi que muitos vasos estavam cheios de água e resolvi virar. Em um deles encontrei larvas – relata Salete Hoose.
Salete disse que percebeu que não poderia fazer sozinha e que era preciso conscientizar as pessoas. Ana Maria da Silva tomou a iniciativa de convocar uma mobilização popular para chamar a atenção sobre a forma como as pessoas enfeitam o túmulo e eliminar a água parada.
– Os vasos devem ser furados, não adianta só colocar areia – comentou durante a ação no cemitério.
Na hora marcada, apenas três mulheres compareceram, mas a equipe de combate a dengue da Secretaria Municipal da saúde esteve no local a atuou junto, esgotando os vasos, coletando larvas e aplicando o tratamento nos vasos cimentados sobre os túmulos.
A enfermeira Liliane Erpen, coordenadora da equipe, acompanhou as três agentes de combate à dengue.
– O cemitério é um dos pontos estratégicos que recebe vistoria quinzenal. Semana passada a equipe esteve aqui, mas o ambiente favorece a proliferação do mosquito, porque as fêmeas encontram água parada com facilidade e podem colocar até 300 ovos por dia – explicou a coordenadora.
Durante a ação foram coletadas larvas que serão encaminhadas para análise (constatação da espécie do mosquito) e aplicado larvicida nos vasos com água que não puderam ser esgotados.
Além da dengue, o mosquito Aedes aegypti transmite duas doenças graves sem cura, a zika e a chikungunya. A zica pode causar microcefalia quando ocorrer em mulheres grávidas.
Até agora, já foram registrados mais de 400 casos de microcefalia em sete estados do Nordeste: Pernambuco, Sergipe, Rio Grande do Norte, Paraíba, Piauí, Ceará e Bahia. Durante todo o ano de 2014, haviam sido 147 em todo o país.
Texto e foto: Jornal Afolha.